23 de fev. de 2014

Heart Of Power- Capítulo 4


É, eu enrolei com esse capítulo. Estava sem criatividade.
Sem mais delongas,


Meu queixo caiu. Arregalei os olhos. A lenda dizia que Synnove estava morta. Então lembrei que Skye me contou que Synnove e Andromeda eram boas e que ela mesma era a vilã. E Skye me dissera que havia exilado suas irmãs.
Outro burburinho veio de dentro da casa. Outra mulher saiu – essa era um pouco mais nova que Synnove e Skye, mesmo que as duas tivesse cara de trinta e poucos anos normies (vampiros param de envelhecer quando atingem essa aparência) e fossem muito parecidas – o que me impossibilitava de ter uma noção da idade dela. Ela usava um vestido preto com detalhes prateados e uma capa que parecia pegar fogo sem se consumir. A mulher tinha uma graciosidade no seu modo de andar e era realmente linda.
- Synnove – a outra mulher disse. Sua voz era suave e levemente dramática. Ela pronunciava as palavras em inglês com um forte sotaque. Parecia uma mistura de todas as línguas europeias: um pouco de grosseria russa ou alemã com a sofisticação francesa e um tom forte que eu não sei de onde vem, mas suspeito que seja da Escócia – você acha mesmo que ela estaria mentindo?
- Talvez, Andromeda – respondeu Synnove. Esta se abaixou e passou um dedo pelo sangue que escorria de mim – isso tem cheiro de sangue.
- Você descobriu sozinha? – ironizou Andromeda – nem Skye seria louca de desperdiçar tanto sangue! E só ela faria isso com uma garotinha. Ela parece tão inocente.
- E por que deveríamos acreditar nela?
- Pelos arranhões? Pelo fato de ela estar falando a verdade? Ou simplesmente porque tem a marca do punhal da espada de Skye no rosto dela?
Synnove grunhiu. Eu não à culpo. Skye é irmã dela, e ser exilada de uma terra em que você tem total direito de reinar não é legal, quanto mais pela própria irmã;
- Estávamos te esperando – Andromeda me disse
- C-como assim? – eu gaguejei, batendo os dentes. Roupas completamente molhadas não combinam com neve. Nem um pouco.
- Você ainda não percebeu? Você é a dona da sexta espada. Você vai vencer Skye – uma luz tomou conta dos olhos de Synnove. Um brilho de esperança
- Além disso – continuou Andromeda – você é a vampira mais poderosa em milênios! E sim, é a verdadeira guardiã do Starlight.
Pera... três minutos atrás eu era só uma perdedora cheia de ferimentos, agora eu sou uma heroína que salvará o mundo de uma louca completa, guardará a maior fonte de poder do universo e tenho poderes incríveis?! Como assim?!
Andromeda pareceu estar tentando se lembrar de algo.
- Entre! – disse Andromeda – E conte-nos o que Skye fez com você para você ficar assim.
Com dificuldade, eu me levantei mancando e tremendo. Segurei o braço quebrado com o bom e manquei para dentro da casa. Andromeda me conduziu até uma sala um pouco escura, iluminada por uma lareira. Pelo que eu consegui ver, haviam alguns sofás e poltronas na sala – cheios de almofadas, umas duas mesas, três portas, um tapete. O teto era uma cúpula de vidro enfeitada com desenhos das constelações. Desta cúpula, pendia-se um lustre de cristal que não estava aceso.
Com uma batida de palmas de Synnove, o lustre se acendeu. Então, eu pude ver a sala: os sofás eram vermelho-cereja, com almofadas douradas e prateadas. As paredes eram cor de creme, e o chão era de madeira comum. Synnove se retirou aos poucos, entrando por uma das três postas.
- Sente-se onde quiser – disse Andromeda, calmamente. Eu me sentei no chão, para não sujar os sofás ou o tapete.
Eu comecei a contar tudo – desde que minha festa de 1400 anos foi um fracasso até o momento em que cheguei na frente da casa. Andromeda e Synnove eram boas ouvintes, e o olhar de ambas ficava mais amigável a medida em que as coisas ficaram piores. Elas pareciam ter pena de mim quando eu terminei de contar a história.
- Isso é realmente a cara da Skye – Synnove revirou os olhos, com puro e visível desprezo pela irmã.
- Totalmente. E aqui, não se pode mentir, então é pura verdade. Se você estivesse mentindo, já teria sido reduzida à pó – Andromeda disse.
- Então, vocês podem me explicar como vieram parar aqui, no meio da floresta? – eu perguntei. Skye não tinha me fornecido detalhes.
- Claro – respondeu Andromeda – tudo começou à muito tempo, quando eu tinha mais ou menos a sua idade. Skye tinha cerca de 1600 anos e Synnove tinha uns 1700. Nossa mãe nos contou que eu era a herdeira do Coração do Poder e que Synnove era herdeira do reino, que na época era só esse vilarejo. Aquilo deixou Skye doida: ela queria ser a mais poderosa de todas. Então, ela resolveu começar a pesquisar sobre magia. Nós sabíamos que não se deve brincar com magia, mas ela não deu ouvidos.
Uma pausa. Synnove olhava para as próprias mãos como se esperasse que o mundo começasse a acabar. Andromeda olhou para o teto e respirou fundo.
- Skye matou nossos pais por não ser a herdeira de tudo. Ela tentou nos matar, mas eu e Synnove somos mais poderosas que ela, e trabalhamos juntas. Acabou que ela nos exilou do reino, mudou a memória de todas as testemunhas e espalhou que nós somos más e de que ela é boazinha. Acho que você já percebeu que isso foi uma mentira, pelo seu estado.
Eu assenti com a cabeça. Já tinha percebido como a Skye era louca.
- Alguma pergunta? – disse Andromeda, gentilmente
- Como assim vocês eram mais poderosas que ela? Em que sentido? – eu perguntei. Ainda não tinha entendido essa parte.
- No sentido... veja: eu, Synnove e Skye temos poderes.
- Tipo quais?
- Voar. Conjurar coisas. Imunidade ao fogo. Respirar em baixo d’água. Criar campos de força. Enxergar no escuro. Controlar objetos com o poder da mente. Controlar fogo, ar, gelo, terra, raios, nuvens, vapor, fumaça, neve e plantas. Prever o futuro. Derreter coisas que não deviam derreter, tipo metal. E mudar de forma. Por enquanto eu só descobri esses.
Meus olhos se arregalaram. Isso é poder pra caramba.
Comecei a sentir náuseas. Uma poça de sangue me cercava, e o sangue que a formava saia dos meus cortes. Não fui a única a perceber aquilo, porque Andromeda se abaixou, fez uma “bolinha” com as mãos e as fechou e depois juntou. Repentinamente, uma bolinha do tamanho de uma bola de pingue-pongue âmbar, que emitia um leve brilho dourado.
- Engula isso – disse ela, entregando a bolinha. Era macia. – Sem mastigar – ela acrescentou.
Abri minha boca e enfiei a bolinha dentro. Ela tinha gosto de Doritos, marshmallows e sorvete: minhas três comidas favoritas. A bola desceu suavemente pela minha garganta e eu me senti como se tivesse acabado de levar um choque. A dor parou. Os cortes se fecharam. minha visão estava embaçada, e, então eu me lembrei que estava usando lentes de contato. Tirei-as e observei tudo: minha visão estava perfeita novamente. Não sei o que tinha na bolinha e nem o que ela era, mas o fato é que agora eu me sentia muito bem.
- Puxa – disse Synnove, consultando o teto – já está tarde! Precisamos dormir, amanhã será um longo dia.
Eu não sei claramente o que isso quis dizer, mas estava tão cansada que segui Andromeda até um quarto no final do corredor. Ela destrancou a porta e eu entrei. Em seguida, ela a fechou por fora – mas eu não tive medo.
Observei o quarto: de um lado, havia uma cama de casal com quatro colunas, uma porta que eu não sabia para onde dava, um monitor de televisão, um sofá, uma mesinha de vidro e um closet. Do outro lado, havia uma mini cozinha com uma pia, algumas peças de louça em prateleiras e um armário com portas de madeira.
Abri o armário: lá, uma placa indicava “Lanche da madrugada” na prateleira de cima. Nas prateleiras de baixo, havia uma jarra com leite quente, alguns dos meus doces favoritos e uma tigela com cereais. Eu iria fazer um lanchinho depois, mas antes precisava me trocar.
Caminhei até o closet. Lá, haviam calças jeans, camisetas, casacos, tênis, pantufas e uma gaveta de roupas íntimas – tudo do meu tamanho e gosto. Também havia um cesto, um banquinho, alguns pijamas, um robe e um conjunto de roupas de cama sobressalente. Tirei as roupas sujas – tanto de sangue quanto de poeira – e coloquei um pijama roxo de calça, blusa de mangas curtas lilás e um par de pantufas roxas.
Voltei para o quarto e abri a porta que eu não sabia onde dava. Um banheiro com piso e pia de mármore se abriu. Havia uma banheira com chuveiro e uma privada branca, além de um armário com toalhas e produtos higiênicos das marcas a quais eu estou habituada. Tirei o pijama e tomei um bom banho – e quente. Depois, recoloquei o pijama e me encaminhei para a mini cozinha. Peguei um copo de leite, um pote de cereais e um pacote de M&M’s e me sentei no sofá. Comi tudo com paciência até que o sono chegou.
Fui para a cama. Era macia ao meu gosto e tinha os travesseiros do tamanho exato para o meu pescoço. Eu não me perguntei como tudo aquilo estava perfeito para mim, mas o fato é que eu me sentia segura na presença de Synnove e Andromeda.
Não sei quando caí no sono, mas o fato foi que eu adormeci calmamente. Pela primeira vez, em dias.

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